Galáxias, quasares e nuvens de gás estão um pouco mais próximos graças ao Telescópio FAST na China, maior estrutura desse tipo no mundo, com quinhentos metros de abertura. Localizado na depressão de Dawodang, uma bacia natural da província de Guizhou, no sudoeste da China, o telescópio foi parcialmente inaugurado em setembro de 2016 e agora, dois anos depois, começou a transformar radicalmente o turismo e a evolução urbana da região.
O FAST foi projetado como uma gigantesca cúpula geodésica composta por 4.450 painéis triangulares. Tendo custado US$ 180 milhões, o projeto pretende ser o principal equipamento de radioastronomia do mundo. Ao mesmo tempo, o governo local investiu em uma série de empreendimentos próximos, incluindo habitação, projetos culturais, hotéis e espaços públicos. A cidade astronômica resultante espera aumentar o turismo e estimular o renascimento econômico na região de Guizhou.
De localização remota, a depressão de Dawodang oferece um ponto ideal para captar ondas de rádio distantes. O telescópio ostenta uma abertura de 500 metros de diâmetro, quase cinco campos de futebol, e durante sua abertura oficial em 2016, recebeu sua “primeira luz” de um pulsar a 1.351 anos-luz de distância. A abertura foi a primeira fase de um processo que tem conclusão prevista para o final de 2019. Até lá, o número de turistas por dia está limitado a três mil, para que não haja risco de interferência nas frequências de rádio registradas. Supervisionado pelos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, o telescópio emprega atualmente 71 funcionários, entre cientistas, técnicos e profissionais da área.
Em um raio de cinco quilômetros do telescópio, o governo aprovou uma lei estabelecendo uma zona de silêncio de rádio - os habitantes da região tiveram que ser relocados em outras áreas. A Cidade da Astronomia, localizada nos arredores do grande telescópio, espera se tornar uma das principais zonas de turismo astronômico do mundo.